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Binder: O polêmico aplicativo que termina relacionamentos na velocidade da luz

Cada vez mais me assusto com as facilidades que a Internet é capaz de proporcionar. Inicialmente com uma proposta de globalização, a rede, no momento, se encontra fragmentada. É que tem muita gente cheia de pré-conceitos, sem falar nos militantes do tal do politicamente correto. Isso tudo me dá uma preguiça sem fim. Preguiça de gente chata, preguiça de vigilantes, preguiça de gente sendo o que não é.

Reprodução Internet

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E é por trás da tela que o usuário se mostra alguém que ele gostaria de ser, uma espécie de alter ego. Mas, como não tem coragem, ataca as pessoas anonimamente. O negócio fica mais complicado ainda quando envolve sentimentos em relação à outra pessoa. Em tempos de amores líquidos, a rapidez de um pé na bunda nos mostra como as relações estão cada vez mais voláteis e frias.

Ao contrário dos muitos aplicativos criados com o intuito de unir pessoas com gostos em comum, lá no Reino Unido foi criado o tal de “Binder” — o app que termina relacionamentos apenas com um clique. Basta que a pessoa se cadastre, escolha o motivo para desfazer a relação como as desculpas clássicas: “Não é você, o problema sou eu”; “Quero um tempo livre”; “Você está me sufocando” e em seguida uma mensagem chega para a futura pessoa solteira.

Reprodução Internet

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Solteira e, diga-se de passagem, sortuda, já que se livrou de um cara — ou de uma garota — que nem sequer teve a decência de explicar o motivo do término. Que não teve a coragem de olhar nos olhos, não teve nenhuma preocupação se estava magoando ou não a outra pessoa.

Botão apertado, relacionamento acabado. Simples e prático, assim como um aparelho que obedece aos comandos. Assim como as relações que o polonês Zigmunt Bauman descreve em sua obra “Amor líquido”, onde as pessoas tentam se comunicar mas não conseguem, pois estão imersas em suas próprias solidões.

São pessoas que já iniciam um relacionamento e no minuto seguinte já pensam em terminar. Essas pessoas estão minadas de incertezas de quem elas próprias são e do que querem. Estão cheias de inseguranças e com um medo absurdo de perder o que não se têm. E assim, desconectam dos relacionamentos com a mesma facilidade que imergem em outra relação.

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Será esse o futuro dos relacionamentos? A banalização do amor e de todos os laços afetivos que são criados? Pois quando se entra em um laço, espera-se ficar nele sem a pretensão de sair. No entanto, os elos deram lugar às redes, que sem mantêm vivas por conta de duas atividades. Conectar e desconectar-se de uma outra pessoa, de forma rápida e indolor. Somos todos solitários em uma multidão de solitário.

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Perfil

Bianca Lobianco é jornalista, carioca, tem quase 30, é fã de música pop, novelas e adora um hambúrguer. Vê na moda e na beleza uma possibilidade de se reinventar de acordo com o humor, sem grandes complicações.

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