Beleza

De opaca a fresh, a mudança da maquiagem na pele das brasileiras

Maquiagem é uma forma de arte, uma maneira de se expressar, e as brasileiras souberam exatamente como expor o que estavam sentindo esse ano, talvez mais do que todos os outros. A liberdade que se teve e a gama variada de produtos no mercado facilitou o embelezamento e a possibilidade de experimentar e treinar a automaquilagem. Foi um ano cheio de referências dos anos 80, com muitas cores nas sombras. Foi possível abusar de tons mais quentes (trend mundial), o que fez muita gente sair da zona de conforto e se aventurar com novos tons. E é aí que entra a adesão das tendências. A prova disso é que, ao longo desse ano, a pele da brasileira imitou à gringa inúmeras vezes. Assim, em janeiro começou com muito contorno e bem opaca,  o que foi um alívio para quem tinha pele oleosa, mas isso não durou por muito tempo.

Acontece que o “Kardashianismo” e o “Draguismo” tomou conta de vez do entretenimento e da Internet e as peles, que antes não tinham brilho nenhum, foram recebendo aos poucos uma certa luminosidade. Primeiro falou-se sobre o strobbing (técnica que apenas ilumina a pele em determinados pontos que se quer ressaltar, sem a necessidade de fazer sombras com contorno), mas as brasileiras acharam pouco e nessa fase não houve leveza, elas pesaram a mão mesmo. Os iluminadores começaram a dar o ar da graça de uma forma mais evidente. Logo em seguida, vimos um movimento de iluminadores que pareciam até exagerados dependendo do ponto de vista, beirando ao brilho espelhado no alto das maçãs do rosto e na ponta do nariz, que nos resultou à maquiagem atual.

Com o passar dos meses, além do iluminador nas têmporas e nas maçãs do rosto, houve também quem gostasse de misturar iluminador líquido com as bases para resgatar a pele com viço. E aí a explosão foi geral. Era iluminador em todo o rosto. A máxima “quanto mais brilho melhor” se fez presente e, com ela, a necessidade de uma pele com poros menos aparentes, já que produtos brilhantes ressaltam bastante a existência de poros dilatados.

Foi aí que houve uma procura desesperadora por primers que deixassem a pele luminosa e com aspecto saudável. Além de tudo, o produto de pré-maquiagem tinha a missão de deixar a make no lugar e fazê-la durar o máximo de tempo possível. Percebam que uma coisa puxa a outra e que a chave de tudo está em uma boa preparação de pele? Isso não significa que seja necessário o uso de grande quantidade de cada produto, aqui menos é sempre mais para uma acabamento bonito e nada over.

Com a pele bem iluminada, as sobrancelhas marcadas continuaram presentes e chegaram a ascensão. Houve até umas modas bizarras que as deixavam onduladas, com formato de pena, divididas ao meio e até com aquele quadrado no início, bem marcado. As sobrancelhas gráficas tiveram grande destaque no Instagram, rede social que disseminou as maquiagens clonadas em 2017 e, com certeza, deixou muito maquiador de cabelo em pé.

Foi uma fase de maquiagens iguais, com o mesmo tipo de contorno, o mesmo tipo de formato de make nos olhos e os mesmos tutoriais que não respeitavam o estilo de cada rosto. As pessoas se tornaram clones das outras e não perceberam que foram vítimas das tendências tão datadas. Em 2017 as pessoas perderam suas identidades enquanto se maquiavam. Na rua, todos iguais. O excesso foi recorrente e cada vez mais as pessoas se pareciam com as drags queens. Não houve reconhecimento facial nesse ano.

Seres místicos e inanimados invadiram as prateleiras no mercado e o unicórnio e as sereias foram as inspirações mais comentadas. Não teve para ninguém, todo mundo queria o glow holográfico, a sombra furtacor, o brilho em tom de lilás. O lúdico foi muito bem resgatado na maquiagem e, na pele foi feita a alusão à magia que tanto se deseja. As cores do arco-íris nunca foram tão lembradas, o holográfico esteve presente na boca e principalmente nas têmporas. Foi “cool” usar iluminador em tons frios.

Em setembro, muitas pessoas adotaram a “no makeup makeup”, que nada mais é do que “pele de bonita” e consiste na preparação de pele perfeita, mas com aquela carinha de “já nasci assim”. É uma pele que tem um ar descansado, de quem dormiu mais de 8 horas por dia. Mas não se engane, a quantidade de produtos usada é a mesma que se usa em uma maquiagem de festa, a diferença está no acabamento, de uma forma mais sutil, e que ressalta de forma natural o que você tem de mais bonito.

Precursora  na make com cara de vida real, a maquiadora da In Style dos EUA, Katie Jane Huges, ganhou muito destaque nas redes sociais com suas maquiagens luminosas, porém sem aquele aspecto pesado. Com seu jeito descomplicado, ganhou bastante adeptos. Katie entende e respeita seu formato de rosto e gosta de brincar com as cores. Ela também usa produtos multifuncionais e não se importa de passar batom nos olhos como sombra ou nas bochechas como blush, assim como também usa lipbalm no lugar de iluminador para dar uma ideia de pele naturalmente viçosa. A expert brinca com os produtos e resgata a vontade de experimentar as diversas funções de um único produto, otimizando seu uso. Adepta da técnica “dewy” (com aspecto naturalmente saudável), essa tendência chegou com força e promete tomar o seu lugar no próximo ano. Bases de alta cobertura são aposentadas nessa técnica, que entrega uma pele luminosa, onde, apesar dos produtos, você consegue enxergar onde está a sua pele.

A técnica dewy skin entrega uma pele que acabou de sair do banho e que está sempre pronta para as diversas ocasiões, o iluminador não se faz tão presente, a textura cremosa ganha cada vez mais espaço para um acabamento sutil e não se vê um risco espelhado nas bochechas. É uma técnica muito usada nas modelos nas passarelas e faz toda a diferença na ocasião.

Instagram @katiejanehughes

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Instagram @killercolours

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Fotos: Reprodução Internet

 

 

 

 

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Perfil

Bianca Lobianco é jornalista, carioca, tem quase 30, é fã de música pop, novelas e adora um hambúrguer. Vê na moda e na beleza uma possibilidade de se reinventar de acordo com o humor, sem grandes complicações.

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