Beleza

Representatividade: A Barbie só mudou de corpo porque você questionou o sistema e gritou muito por isso

Um comunicado na manhã desta quinta-feira deixou muitas mulheres bem felizes com o anúncio: A Barbie agora tem mais três tipos de corpo, sete tons de pele, 22 cores de olhos e 24 tipos de cabelo. O que para alguns pode ser apenas uma notícia comum, para outras pessoas, essa notícia representa o início de uma mudança. O sinal de que o grito por diversidade para representar as crianças finalmente foi ouvido.

barbie corpos

O fato de agora termos uma Barbie asiática, uma que não tem cinturinha de pilão, uma mais alta, outra que tem mais corpo do que as outras (Kardashians, hello!) e uma mais mignon, mostra que uma grande quantidade de crianças que brincam com a boneca se sentirão representadas com essa nova gama. Você lembra quando só existia a boneca loira, com cabelos lisos, magérrima e dos olhos azuis? Com certeza se você não tinha essas características, em algum momento deve ter se questionado o motivo de o brinquedo ser tão diferente de você.

Muitas crianças se pautam pela boneca Barbie. Muitas crianças negras nunca se viram representadas ali, em seus contos imaginários enquanto brincavam com a boneca. Muitas crianças gordinhas também não, as de olhinhos puxados muito menos. As que possuem cabelos cacheados jamais se viram na boneca. E qual o motivo de a boneca ter uma importância nessa formação das crianças?

Barbie Kardashian

É que a partir da imagem da boneca, as crianças começam a projetar um ideal de beleza impossível de ser alcançado. Desde novinhas essas crianças criavam (criam) em suas cabecinhas que o ideal é ter cabelo liso, ser magra e branca. Sabemos que em um país miscigenado como o Brasil, o que menos temos são pessoas brancas e, sim, uma mistura de etnias. Com isso, frases como: “Eu quero mudar de cor”; “Eu gostaria de ser uma criança branca”, “Por que meu cabelo não é liso” e “Por que eu não sou magra/Quero ser magra como a Barbie”, chegavam no ouvido de suas mães como uma negação da sua própria identidade. Já que a boneca tinha o papel de impor um padrão estético pautado pela elite da sociedade.

barbie alta

Recentemente, o caso de um menino ter ficado tão feliz ao se ver representado em um boneco negro de “Star Wars” causou comoção na Internet. O mesmo pode acontecer agora com a boneca e suas variações de cor, tamanho, etnia e esteriótipos. Mais pessoas se virão representadas e com isso menos injusto o mundo delas serão. A imaginação não tem limites, mas ela fica muito mais divertida quando a pessoa se identifica com o que ela está lidando.

barbie petit

Vitória para nós mulheres, vitória para a próxima geração e vitória para o grito que foi ouvido. Afinal, essa mudança toda não teria acontecido se não fosse a gente pedindo e questionando todo um sistema do motivo dessa imposição de esteriótipos e de estilo. Que gritemos mais e que finalmente as coisas comecem a mudar, mesmo que seja a passos lentos, apenas com uma boneca. É só o início.

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Perfil

Bianca Lobianco é jornalista, carioca, tem quase 30, é fã de música pop, novelas e adora um hambúrguer. Vê na moda e na beleza uma possibilidade de se reinventar de acordo com o humor, sem grandes complicações.

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